Assistindo uma palestra do grande teólogo Leonardo Boff, me chamou atenção quando ele tocou na dupla referência que o Pai Nosso faz a nosso cotidiano. Primeiro, quando falamos do "PAI NOSSO", celebramos o aspecto comunitário, a festa que deveríamos fazer toda ceia porque temos um pai que enviou seu filho por nós. E o PÃO NOSSO é aspecto social, onde devemos entender que esse "pão nosso" tem sido conquistado com esforço por muitos seres humanos.
Falamos do PAI NOSSO como uma oração paternalista e não como o reconhecimento da paternidade de Deus. A nossa forma de ver o "Pai nosso" é infantilizada e infantiliza os crentes. Torna-nos egoístas com relação ao anúncio do Evangelho como se Deus fosse só nosso, como se Deus fosse crente.
Já o PÃO NOSSO, não tem como fugir, o "pão nosso" é o pão de quem tem fome, o pão de quem trabalha sol a sol e ainda assim é carente de comida. Compartilhar o pão nosso é muito importante. todos deveriam ter acesso a esse "PÃO NOSSO", porque ele nos é dado graciosamente pelo "PAI NOSSO".
Deveríamos nos conscientizar que os homens e mulheres que não tem conhecimento de Deus ainda, a quem as boas novas ainda não alcançaram graças a nossa omissão, são pessoas que precisam enxergar Deus a partir desses dois aspectos. A comunhão do pão, matar a fome de quem precisa e o compartilhar do Pai, para mostrar a eles que Deus não é só Pai dos crentes, mas Pai de quem aceitar essa paternidade sem paternalismo.
E no mais, tudo na mais santa paz!
Fala Marcio.
ResponderExcluirTenho que dizer que não sou fã do Leonardo Boff. O cara anda pregando um certo Panteísmo, abraçando árvore, etc... que me faz ter muito cuidado ao ouvir seus comentários, palestras, ou livros.
Para mim ele anda forçando muito a barra na exegese para enquadrar o anúncio do evangelho na Teologia da Libertação, corrente teológica do qual ele é um dos expoentes mundiais. Mas essa corrente, principalmente na América Latina, é fortemente influenciada por um discurso marxista que não combina com religião.
Esse comentário ao Pai-Nosso é mais um exemplo.
O Nosso Senhor ao ensinar os discípúlos a rezar ensinou-lhes uma oração universal. Na verdade o Pai Nosso é divido em duas partes: Na primeira nos dirigimos ao Pai que está no céu reconhecendo sua divindade, santidade, sua realeza, e nossa submissão. A segunda parte são nossos pedidos, esses sim referentes ao nosso cotidiano, quando pedimos que não nos falte o pão (alimento), perdão pelos nossos pecados, iluminação e discernimento.
Se for para ficar com um comentário eu prefiro o "Comentário ao Pai Nosso" feito por Tomás de Aquino. Se não conhece eu recomendo.
Abração