sábado, 17 de abril de 2010

Gente tratada como lixo.

Por Claudio Álvares

A tragédia ocorrida no morro do Bumba, na cidade de Niterói, trouxe à tona o modo como boa parte população menos favorecida vem sendo tratada no Brasil ao longo de anos. O morro do Bumba expõe ao mundo pelo menos duas realidades que não se podem esconder debaixo da terra:

A primeira, é que gente pobre é tratada como lixo não reciclável enterrado nas periferias das cidades, como escória da sociedade, aterrada sob os escombros da indiferença e da negligência da administração pública, encerrada na imobilidade social, a margem de uma vida digna e respeitável.

Ao comentar minha postagem anterior, um internauta afirma ter presenciado uma cena deprimente quando acompanhava os resgates das vitimas dessa tragédia no morro do Bumba. Ele viu um bombeiro retirar o corpo de uma pessoa de sob os escombros e o mesmo ser jogado para dentro de um saco de lixo. Acho que essa imagem retrata bem esta inexorável realidade.

A segunda, é que o morro do Bumba, como tantas outras áreas carentes do nosso país, deixa evidente o contraste social, o desequilíbrio da distribuição das riquezas desse país e a certeza de que ainda que o Brasil ostente uma das maiores cargas tributária do mundo, não há retorno suficiente de benefícios sociais para a maioria de sua gente.

O relatório sobre gastos dos municípios do Estado do Rio de Janeiro, realizado pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), em 2009, mostra que apesar de ser a cidade número um em arrecadação de IPTU, Niterói, município da região metropolitana do Rio, onde ocorreu o maior número de mortes por causa das conseqüências das chuvas, investe muito pouco na conservação da cidade.

Segundo o relatório, Niterói é a cidade que mais arrecada o imposto por morador. Segundo o Portal de noticias G1.com, “A média entre as cidades fluminenses é de R$111,32 por habitante. Em Niterói, a média sobe para R$ 299,79, quase três vezes mais. No entanto, no quesito investimentos, Niterói aparece apenas em 80º lugar, com apenas R$ 11 milhões em investimentos em 2008, 41,1% a menos que em 2004.”

Tais dados só ratificam o descaso e a negligência dos pseudopoliticos dessa nação, que ao invés de governarem para o povo, para a cidade, para os cidadãos da polis, mostram-se efetivamente despreparados ou mal-intencionados.


OBS: Claudio Alvares é pastor da Igreja Cristã da Aliança em Pendotiba.

3 comentários:

  1. Olá amado colega, hj coneci seu blog depois de ver sua mensagem no twitter, e clikei e chegando aqui para te seguir, te esoero no meu. Mas para dizer algo sobre esta matéria do ser humano ser tratado como lixo. É uma prática usuaria de nossos politicos, pois o verdadeiro interesse deles é no cargo e a vida fácil dodinheiro e serem destacados pela midia. Somente isto nada mais interessa a eles.
    Que Deus o bendiga, graça e paz!

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  2. Eu acho repugnante, o modo como as pessoas são tratadas. Por isto, eu não gosto de política, pois são todos iguais. Nunca houve um sistema bom, mas existiram épocas na história, que teve uma melhora! Isto é o sistema opressor, do qual ouvimos falar no Antigo Testamento. E eu não vou cooperar com voto para ninguem, pois eu sou um bom Cristão e religião e política não se aproximam, por mais que algumas igrejas, até adotem algo do tipo... Por isto eu digo que amo a minha igreja, Igreja Presbiteriana do Pechincha! Pois pelo menos, entre os irmãos, nós somos tratados como dignidade, como pessoas, não como algo, que se é descartável. Mas Jesus está voltando!

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  3. É confortável viver em em "condomínios" fechados, grupinhos autofágicos ditos "evangélicos" e se eximir das obrigações políticas de cidadão responsável para (ao menos) tentar mudar as coisas. Só saem de lá pra dizerem que é obrigação do estado o amor ao próximo. É o tal evangelho que pechincha..rs

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