Quem já chorou por não ter o que comer? Quem já chorou a morte de uma celebridade? Quem já experimentou sofrimento extremo? Você sabia que segundo os Médicos sem fronteiras, 5 milhões de crianças morrem por conta da desnutrição por ano? Você sabia que existe hoje no mundo mais de 50 guerras em pleno curso? Você sabia que somente na Síria existem cerca de 2 milhões de refugiados?
Eu confesso que nem sempre choro com notícias desse tipo. Sabe por que? Porque não é comigo, nem com minha família, porque eu não vejo gente passando fome e morrendo por falta da comida que eu jogo fora no meu almoço. Porque eu tenho um lar para voltar depois de meu dia de trabalho, que aliás por si só já é uma benção divina.
Sou pastor, sou crente, sou humano e essas coisas me perturbam, mas não na proporção que deveriam. Olho meu amigo Mario Freitas da MAIS resgatando e recebendo refugiados sirios, atuando no Haiti, trabalhando com desenvolvimento comunitário, vejo meu mano Maurício Cunha, tocando o CADI e vendo gente mudar de vida através de ações e não de discursos, e me vem a pergunta que não quer calar "O que falta pra gente se envolver?"
Dinheiro? Não. Tempo? Depende de nossa prioridade. Acho que o que falta mesmo é um coração igual ao do Senhor Jesus. As imagens da África me constrangem, as notícias das guerras me assombram, mas nem eu e nem 95% dos cristãos brasileiros faz nada pra mudar esse quadro. Precisamos nos arrepender. Precisamos parar de ficar dentro de nossas salinhas orando por bandeirinhas dos países assolados, precisamos parar o show de oratória e começar a agir. Cada vez mais a sodalidade grita mais alto ao meu coração, e eu nem sei onde isso vai parar. Só sei que precisamos de um despertamento que nos faça superar nossos medos e nos libertar das amarras que ainda nos escravizam aos rótulos.
E no mais, tudo na mais santa paz!