quarta-feira, 24 de março de 2010

Ta lá um corpo estendido no chão.

É impressionante como as pessoas se acostumaram com a morte. Outro dia estava andando pela rua e tinha um corpo estirado na calçada. É claro que havia uma multidão em volta do corpo. Mas o que mais me chamou atenção era a naturalidade com que as pessoas olhavam pro infeliz que foi baleado alí em plena luz do dia.

Haviam crianças rindo do lado do morto, gente trocando idéia especulando o que o camarada havia feito pra ter um fim tão funesto, transeuntes que pouco se importavam com quem estava alí coberto por jornais, tudo muito surreal pra mim, parecia um quadro de Salvador Dalí, ou um conto de Kafka. Tudo muito louco.

Mas eu tenho um palpite! O comportamento esquisito dos seres humanos diante da tragédia alheia é fruto da nossa devassidão, da perversão humana oriunda da queda. Deve ter sido assim com Jesus na cruz, deveria ter gente rindo, outros passando apressados, outros escarnecendo e ainda outros especulando o que aquele camarada havia feito de tão grave.

Bem, a maldade humana transcende as eras, e atropela o bom senso. Somente uma intervenção divina, pode mudar o curso das intenções malignas do ser humano e converter o coração do homem a comiseração quando se defronta com a tragédia alheia, fora isso, o resto é conversa.

E no mais, tudo na mais santa paz!

3 comentários:

  1. Minha opinião não vai contra a sua Pr. Só acrescentando, o ser humano é dotado de algo muito interessante que podemos chamar de "costume", dependendo da situação repetitiva o homem se acostuma a tal coisa, e infelizmente a tv tem acostumado o homem a conviver com tragédias como esta que você viu todos os dias na tv, de tanto ver não causa mais impacto na sociedade.
    E isto é motivo creio eu de tristeza para Deus que vê sua criação tombando a desordem e desumanidade. oremos por estas vidas.

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  2. A morte hoje para os seres humanos não é algo que traga uma reflexão no mínimo. A morte hoje é um espetáculo (vide Caso Isabela). Só um parentesis Pastor? A expressão "Ta lá um corpo estendido no chão" é de autoria do Januário de Oliveira, que era da Band Rio e não do Silvio Luiz.

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