sábado, 27 de junho de 2009

Cap 4 - O problema da mortalidade - parte 3


Dor

Quando falo de dor, me refiro ao momento da partida. Os médicos concordam que tecnicamente não há dor na morte. Os momentos que a antecedem podem envolver tubos, fios, e aparatos incômodos para a pessoa que está ali perto do momento de partir. Mas na hora “H” os relatos que ouvimos é de uma súbita melhora no quadro clínico e uma passagem tranqüila.

A explicação científica para isso é que quando se está para morrer, o corpo dispensa uma última descarga de energia para tentar impulsionar o homem de volta a seu estado normal. É o que de forma popular chamamos “melhora da morte”. Além disso, o corpo tem dispositivos contra a dor intensa e “desliga” ao sinal de que a dor está se tornando insuportável. O que achamos uma morte horrível, pode o ser para nós, mas para quem esteve na situação pode ter sido algo sem dor. A morte é muitas vezes imprevisível e imperceptível, portanto a dor, não faz parte da morte, mas do estado que a antecede. Nosso medo não deve ser de morrer, e devemos ficar com as palavras de Salomão que nos diz: “Há tempo de nascer e tempo de morrer...”

O que é o sentimento de dor diante da morte? É a nossa reação ao recebimento da notícia de que alguém partiu. Quem morre não sente dor, segundo os médicos. A dor é para quem fica e advém da falta de conformidade, da insatisfação diante da perda. O que dói é receber a notícia e digeri-la.

Quando meu tempo chegar, quero estar cercado de amigos, desfrutando dos laços profundos de afetividade que Deus me proporcionou nessa vida tão breve!

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