sábado, 1 de agosto de 2009

O barco a vela, o barco a motor, as lanchas e o transatlântico



Olhando os evangelhos e Atos dos apóstolos, fico imaginando em que grupo a igreja de hoje está encaixada. Penso nisso porque existiam pelo menos quatro classes distintas sendo personagens daquele cenário do I século.

Havia o povo, que andava atrás de Jesus, se sentava, ouvia o que Ele dizia e ao partir dali logo retomava sua vida com os mesmos hábitos e as mesmas preocupações. Esses são comparados hoje em dia a um barco a vela, que precisa de vento para se mover. “É-vento daqui, É-vento de cá...” turma movida por eventos é esse tal de povo. Um congresso aqui, outro ali, um pregador que balança a água e quando ela respinga no povo parece que foi o próprio Jesus derramando o seu rio de águas vivas sobre eles. Mas são espectadores e quando comparados a um trem se enquadram tranqüilamente no lugar de um vagão de carga (carregam bastante material), mas tem que ser puxado por uma locomotiva.

Também estavam por ali os discípulos, que além de andar atrás de Jesus, sentar e ouvi-lo, eram acompanhados pelos apóstolos e seguiam sua doutrina, praticando a maior parte das coisas que lhes era ensinada. Esses homens e mulheres eram um barquinho a motor, que estava apto a atravessar um lago considerável, mas que ainda precisavam de alguém que pegasse lá no leme e os guiasse dentro do seu limite, da sua capacidade. Mas ainda havia um problema com esses barquinhos, o tanque de combustível era pequeno e em longas travessias quando o combustível acabava eles deixavam quem estava com eles a deriva, e começavam a ir onde a maré os levava porque estavam sem força para a jornada. Discípulos precisam de alguém que os guie, que os alimente, senão podem se escandalizar e chegando no limite, se afastam do seu destino original. São engates entre o vagão e a locomotiva, fazem o elo, constroem alianças, mas não tem força para puxar o comboio, apenas seguram os vagões nos eixos.

Encontramos os apóstolos que estavam bem perto de Jesus e que nutriam os discípulos, esses são comparados a lanchas com computador de bordo, movidas a algum tipo de energia que não se esgota facilmente, resistem bem a travessia de lagos, são resistentes e a chance de quebrarem ou de enguiçarem por combustível é mínima! Eles só tem um problema, não encaram o alto mar, não tem estabilidade para isso. No rol das ferrovias estão enquadrados como locomotivas que puxam os vagões e encabeçam os comboios, tem força e podem transportar com certa facilidade bastante carga.

Agora chegamos ao último degrau, a última classe que faltava relatar, vamos chamá-los de “Pedro, Tiago e João”. Se fossem um barco seriam um transatlântico poderoso para cruzar mares, com grande capacidade de carregar pessoas. Potentes e resistentes (não se escandalizam com nada) não são hipersensíveis, nem são levados pelas marés, sabem exatamente onde querem e devem ir. São trens bala, daqueles que cruzam toda a Europa, são o que há de mais moderno na engenharia de transportes. Computador de bordo, movidos a energia elétrica e com possibilidade de ser alimentado por luz solar como combustível alternativo, não te deixa a deriva. São aqueles que estavam mais próximos de Jesus do que o restante dos apóstolos, aqueles que pernoitavam atrás da informação privilegiada, aqueles que Jesus sabia que poderia contar (mesmo sabendo que são falhos).

O meu objetivo é saber onde você está embutido nesse texto. Se você faz parte do povão, não fique triste! Pedro um dia também esteve nessa situação e atualmente cerca de 80% da igreja brasileira está aí. Se você se enquadrou nos discípulos, parabéns, já é um bom começo, mas é preciso saber que discípulos precisam fazer discípulos. Se estiver na etapa dos apóstolos é surpreendente porque hoje em dia, ninguém mais almeja tal honra, preferem a independência financeira, a conclusão do seu projeto de vida ao projeto de vida de Deus. Mas se você se enquadrou entre os três (Pedro, Tiago e João) saiba que ainda há muitas léguas para caminhar e que os apóstolos, os discípulos, e o povo precisam muito de você! Seja o trem bala de Cristo, o transatlântico que não pode ser vencido pela adversidade, não permita que seu gás acabe, Deus tem o combustível alternativo para sua sustentação... siga em frente!

3 comentários:

  1. É isso aí, Pr.! Obrigada pela palavra pautada na Palavra!
    Edificante e desafiador, lembrou-me os meus tempos na Aliança do Fonseca...
    Deus te abençoe!

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  2. Marcita!
    Por nada! Nosso tempinho aqui foi muito legal mesmo!

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  3. tem lideres que ja estam nos jatinhos e land rovers no nosso pais !!

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